Isso é salário mesmo ou é brincadeira?

03/11/2011 04:10
Por Tadeu Casqueira e Naira Gaioti
 
Que o valor do salário mínimo no Brasil é baixo, todos sabemos. Estudos comprovam que, para o trabalhador conseguir pagar todas suas despesas, como: aluguel, alimentação, saúde, escola, impostos, entre outros, o salário mínimo deveria ser, no mínimo, R$2 mil. Apesar de todos os impostos e gastos que o brasileiro possui, ele recebe os míseros R$545 mensalmente. Em alguns estados, o valor é alterado, de acordo com a legislação de cada sindicato.
 
Não é só assustador o valor proposto do salário mínimo, mas também, o que é muito mais grave, é para onde outras verbas são direcionadas. Um trabalhador que acorda às 5h da manhã, enfrenta chuva, transportes públicos lotados, trânsito, e outras coisas, aquela pessoa que se esforça para ganhar a vida e sustentar a família, recebe essa quantia irrisória, imposta pelo governo. As controvérsias são muitas.
 
Segundo um levantamento realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em uma penitenciária máxima federal, cada detendo custa aos cofres públicos, nada menos que R$4,8 mil. Ainda de acordo com o Depen, esses gastos incluem alimentação, manutenção da unidade prisional, investimentos tecnológicos de segurança e até a construção de novas unidades. Enquanto isso, nossos caros parlamentares aprovam o projeto de reajuste dos próprios salários em 61,83%, passando a receber cerca de R$27 mil mensalmente. O descaso com o trabalhador chega a ser cruel.
Devemos ter uma pequena melhora no ano que vem. As informações é que já há uma projeção de analistas financeiros para a inflação oficial de 2012, que caiu pela segunda semana seguida. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,60% para 5,59%, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central.
 
Ou seja, para o mero trabalhador sobreviver com o valor do salário mínimo atual, será necessário possui dois ou três empregos na tentativa de manter, com bem estar, a sua família. Triste, mas é a nossa realidade.