Crise econômica é combater o desemprego

17/11/2011 17:18

Por Naira Gaioti e Tadeu Casqueiras

 

Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea),. Para ele,o Brasil  não atingir uma situação de pleno emprego. Mesmo tendo criado cerca de 15 milhões de postos de trabalho entre os anos de 2003 e 2009 e atingido a menor taxa de desemprego (5,3%) desde março de 2002, o enorme contingente de pessoas sem trabalho entre a população mais pobre indica a necessidade de políticas públicas que permitam aos menos favorecidos se beneficiar do crescimento econômico.

 

"Ao contrário do que muitos pregam, o país não vive uma situação de pleno emprego. Entre os trabalhadores mais pobres, cerca de 33% estão desempregados, o que inviabiliza que falemos em pleno emprego no país", disse Pochamann ao apresentar, em Brasília, um comunicado em que os técnicos do Ipea identificam que o desemprego entre os 20% mais pobres do país cresceu desde 2005.A falta de políticas públicas de formação e capacitação para o mercado de trabalho voltadas para a parcela menos favorecida da população ou que elas simplesmente não existem, Pochmann afirmou que os governos municipais, estaduais e federais poderiam ter "ações mais objetivas".

 

Quando a economia cresce, as oportunidades sejam mais rapidamente capturadas pelos que tem maior escolaridade e renda. Isso é do comportamento econômico, mas é também um espaço para a construção de políticas públicas. A presidenta Dilma Rousseff , diz que a saída para crise econômica mundial é enfrentar o desemprego. Segundo ela, essa foi a resposta defendida pelo Brasil durante a reunião do G20.

 

“A crise econômica mundial, que está abalando, principalmente, os países da Europa e os Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos trabalhistas. A questão do desemprego é extremamente preocupante”, disse em seu programa de rádio semanal, Café com a Presidenta. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que existam 200 milhões de pessoas sem emprego no mundo, a maioria jovens.  

 

Para Dilma Rousseff, todos os países devem cooperar para encontrar uma solução à crise econômica. “O grande desafio para essa crise é o caminho para retomar o crescimento: o caminho do investimento, do consumo e da geração de empregos. Todos concordaram que nós temos de ajudar, fazendo a nossa parte. Ninguém ganha com a crise. Até agora, os países emergentes vêm sustentando o crescimento da economia mundial, eles também reduziram um pouco o seu crescimento, porque foram atingidos por efeitos indiretos.