Brasil é o campeão no uso de agrotóxicos

17/11/2011 03:55
Por Viviane Rosas e João Ximenes
 
Segundo a publicação “Oil Word”, fornecida pela agência de notícias alemã Reuters, a produção de soja brasileira poderá somar até 70 milhões de toneladas até o final deste ano, o que representa uma queda de 5,8% em relação ao ano passado. Já as exportações da soja no Brasil estão estimadas em aproximadamente 30 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA.
 
Isso se deve ao fato porque o Brasil é um dois maiores produtores de soja do mundo, assim como é o país que mais utiliza agrotóxicos nas plantações, como é o caso da soja, com 44%. Em segundo lugar está o algodão, com 11% e em seguida, temos a cana (9%) e o milho (8%). Ou seja, o país mantém um grande faturamento na venda de agrotóxicos herbicidas. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola – o SINDAG, há uma geração de lucro de R$ 2,5 milhões só com a venda de herbicidas. Em seguida, os inseticidas resultam em um faturamento de R$ 1,9 bilhão e os fungicidas, com R$ 1,7 bilhão.
 

 

E o aumento nas vendas se deve ao fato de que na década de 90, a indústria química começou a comprar as companhias produtores de sementes, com o intuito de iniciar experimentos com os transgênicos, em escala comercial. Foi nesse período que a empresa Monsanto (que atualmente domina o mercado de transgênicos), por exemplo, deu início a essas experiências uma vez que fora descoberto que a planta transgênica reage com o químico, no caso a herbicida, ambos produtos dessa mesma empresa. Em outras palavras, a planta é imune ao veneno e hoje em dia, no caso da soja, a maior parte da produção é transgênica, principalmente nos Estados Unidos (83 milhões de toneladas) e na Argentina (55 milhões).
 
No Brasil, a maior parte dos produtores de soja também aderiu a esse movimento, sendo as empresas compram tanto a semente e o químico correspondente, e argumentam que houve uma queda no número de agrotóxicos utilizados nas lavouras. Além disso, as empresas relatam que há um maior número de pragas infestando as plantações, e por esse motivo, há um aumento no uso de agrotóxicos. Porém, tanto o número de transgênicos produzidos quanto o número de agrotóxicos vendidos crescem em uma mesma intensidade.  
 
Diante de tais informações, fica a seguinte reflexão: o que é mais importante para o Brasil em se tratando de ecologia e lucro? Continuar conciliando os interesses dos produtores e comerciantes, mantendo também um equilíbrio ecológico nas plantações? Ou manter os transgênicos e agrotóxicos em constante faturamento, deixando em segundo a discussão sobre os impactos ambientais que podem acontecer no futuro?